sexta-feira, 30 de outubro de 2009

2 dias!

Sim, é depois de amanhã!

Nem acredito!

Já fiz quase tudo que precisava, com exceção de um par de questões que vou resolver esta tarde, assim como a minha orientação pré-embarque. Estou feliz, muito feliz, um pouco angustiada cada vez que, em meio a uma situação engraçada, uma risada em família, um momento agradável, percebo que não terei mais isso por um tempo. Não em formato real, pelo menos, já que o skype estará funcionando várias noites por semana, a partir do momento que compre meu próprio note.

Algumas coisas custam mais do que outras, como por exemplo pensar em ficar um ano sem o abraço da minha Nany.

Mas prefiro não pensar demais no que deixo para trás. Prefiro focalizar no que ganharei, no crescimento pessoal que terei e no meu abrir de asas. E, afinal, na concretização de um grande sonho.

Desde o primeiro momento, este sonho esteve sujeito à vontade de Deus. Quando, um dia, lá em março, fiquei sabendo do programa e disse: por que não?, minha primeira atitude foi, de joelhos, expor o plano a Deus e pedir "que a Tua vontade seja feita, não a minha". E Deus sempre me abençoou. Estabeleci um plano, com prazos, e os prazos, por incrível que pareça, se cumpriram exatamente nas datas previstas, sem que eu corresse desesperada contra o tempo para alcançá-los.

Desde a carteira de motorista, que saiu exatamente no final de julho como tinha previsto, a aceitação no programa (ali tive um delay de 15 dias com a procura de documentos, mas o aceite saiu em apenas 15 dias também, quando eu tinha planejado 1 mes, ou seja que igualou de novo), a host family que apareceu em 1 semana e se mostrou ser excelente, perfeita para minha personalidade e necessidades (falta chegar lá, né? mas até agora, tudo muito bom). Até a minha demissão providencial, que me rendeu uns dividendos a mais, muito bem vindos é claro.

Tudo, tudo, tudo, desde o princípio, teve a mão de Deus. E continuará tendo, claro.

Então, este é um post de momentânea despedida. Já terão notado que este blog anda meio abandonado, meio às moscas. É difícil manter mais de um blog, quanto mais estando lá e tendo tempo restrito para escrever. Então, a partir de agora vou ficar apenas com meu blog de viagem, que desde sempre foi restrito porque achei melhor que assim fosse, por conter dados e coisas reais que não quis expor. Então, quem quiser continuar me "seguindo" (manias de twitter), mande um e-mail para morrocoy16@gmail.com ou deixe seu e-mail aqui nos comentários.
Mas, este blog não será cancelado não! Quando voltar, quando não estiver mais viajando, volto nele. Ou mesmo estando lá, se encontrar alguma novidade que combine mais com este blog do que com o outro, principalmente se for falar de fios, tecidos, enfim.

E é isso.

Beijos a todas!

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Só faltam 10 dias

Já fui a São Paulo, já passeei, já comprei, já tirei o visto e graças a Deus foi tudo super certo, já voltei (hoje. Mas parece que foi há muito tempo, meu sono e meus horários estão meio descojuntados).

Agora tenho 10 dias para fazer malas, fazer um projeto para a agência (nem perguntem, só mais um perrenguezinho) e voaaaar!

Dia 1 de novembro, NY que me aguarde!
Huhauahuaa

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Lá vou eu...

Mais uma semana corrida, correndo atrás dos documentos e formulários necessários para o visto.
Por isso não tenho aparecido muito por aqui.
Domingão de manhã estarei desembarcando em SP para meu visto, que é terça.
Passear um pouquinho, curtir os avós e primos, comprar algumas coisas que faltam para a viagem e que pretendo encontrar na terra da garoa, tirar o temido visto (lógico! huhauha) e voltar para casa que o tempo é curto. Curtíssimo.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Tudo pronto

Para o acampamento dos Desbravadores amanhã.
Hehehe.
Foi uma correria só, mas deu tudo certo e amanhã é só sair.

Então, minha viagem está marcada: dia 1 de novembro abandonarei a Terra Brasilis para viver o American way of life.

Dia 20 de outubro, estou contando com orações e pensamentos positivos de todo mundo: está marcado meu visto!
Estou correndo, e muito, atrás de documentos necessários, formulários e etc. Já comprei minha mala também.

E é isso, mais ou menos, o que tenho feito.

domingo, 4 de outubro de 2009

Musiquinha


De Grey's Anatomy.

Adoro!
Tenham um bom começo de semana.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

I wanna wake up in the city that never sleeps!

Então... será que alguém adivinhou?

VOU PASSAR 1 ANO EM NY!!!

Hoje saiu meu match, vou ser au pair a 40 km de NYC... não é o máximo?

Depois conto mais, que hoje foi um dia longo e tenho que ir dormir, porque amanhã será mais longo ainda.

Mais, muitas mais novidades a partir de agora no meu outro blog. Somente para convidados.
Para ler, deixe aqui seu e-mail que convido na boa (se conheço, né? hauhauahua).

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Sobre SC e a chuva

Então, creio que todos ou quase todos devem se lembrar das manchetes sobre o tempo em Santa Catarina ano passado. Para quem não se lembra, vou refrescar a memória: tivemos dois meses quase ininterruptos de chuvas, desde setembro até novembro. As inundações foram terríveis e, quando o final de novembro chegou e a situação ficou realmente desesperadora em várias cidades como Blumenau e Itajaí (que chegou a ter 90% do território inundado), a terra estava saturada de água e, parafraseando o Governador Luiz Henrique, "toda a terra de Santa Catarina é como um grande sorvete derretendo".

O grande terror, agora, quase um ano depois, é que a catástrofe se repita. Porque indícios não faltam, de que pode até ser bem pior.
Há alguns dias chove. Ontem e hoje, o dia todo. E não são só chuvinhas e pronto: fortes torós, ensurdecedores, e várias chuvas de pedra já foram registradas. Vários municípios estão em situação de emergência. Várias pessoas já vem, tristemente, a água ganhar suas casas.
Aqui em Florianópolis sei que há inundações em alguns bairros. Vi hoje no noticiário.
Graças a Deus, moro numa área urbana e alta, de dificílimo alagamento, por isso não tenho que me preocupar quanto à nossa casa. Mas, infelizmente, não é assim para todos.
Pelo menos, aqui não tivemos granizo. Mas teve cidades da região, a poucos kilômetros inclusive, que tiveram bastante, o gelo chegou a acumular nos pátios. Também vi somente pelo noticiário.

O que tivemos hoje cedo, eu ainda estava dormindo mas suponho que seriam umas 6 horas, foi um raio. Caiu aqui pertinho, pertinho mesmo. Não sei exatamente onde, se no prédio que está em frente, sei lá. Mas o estrondo foi imenso, dei um pulo na cama. A luz se cortou, o gerador do vizinho ligou, escutei algumas vozes de vizinhos comentando, mas parece que não houve maiores problemas, só um sustão.

Escutei recentemente uma explicação para todos estes fenômenos em série, sempre sobre Santa. Parece que, até há alguns anos atrás, costumava se formar todos os anos uma área de convergência (ou divergência? enfim, algo assim) sobre o oceano, bem na frente de Santa Catarina. Nos últimos anos, com as mudanças climáticas, o efeito estufa e outros etc (desculpem a vagueza das minhas explicações, sabem que sou péssima em questões de ciência), a área se deslocou para BEM EM CIMA DE SC.
Ou seja, adivinhem: temporais, tempestades em série, tornados e até um furacão. Tudo isso temos de bônus.

Muito se tem dito, sobre muitas coisas. Eu sei, pelo que tenho estudado e pelo que tenho aprendido, que nada mais são do que sinais. De quê?
Muito simples: de que o mundo está chegando ao fim.
Um dia, e será breve, Jesus há de voltar. Sabemos disso, está na Bíblia. Os sinais que vemos estão na Bíblia também: guerras e rumores de guerras (Mt 24:6), terremotos e fomes (Mt 24:7), etc. O tempo está chegando ao fim, Jesus só está esperando que as pessoas aprendam sobre Seu amor e Seu sacrifício, e o aceitem. Que aceitem que Ele morreu na cruz por cada um de nós, e que só está demorando um pouco mais porque faltam pessoas. Ele sabe quem precisa ainda acreditar e ser salvo, e quando todo mundo tiver escutado sobre ele e tiver tido a oportunidade de aceitar, mesmo que tenha rejeitado Seu chamado, então Ele vai voltar para levar Seus filhos e acabar com o mal.
O tempo está se acabando. O fim está chegando. Isto é o que eu acredito, é o que sei. Deus me chamou, e meu dever é passar a mensagem adiante. Porque um dia, quando tudo isto acontecer e não houver mais dor nem choro, e quando as pessoas que amamos ressuscitarem, eu quero poder abraçar todos vocês, e que possamos ir juntos para o céu, e depois para a nova terra. Porque haverá uma nova terra, sem mal, sem dor, sem poluição, sem morte.

E quero que estejamos todos lá.


Dias há

Estou passando por uns dias assim, diferentes. Esperando umas resoluções, revirando minha vida, tentando sempre seguir a vontade de Deus. Para o bom sentido, viram? Reviravolta boa.

Se Ele assim quiser, em alguns dias terei novidades drásticas.
Mas ainda prefiro não dizer nada.
Aguardem!

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Dirigir é bão

Então, já que agora sou uma mulher habilitada ao volante e que meu pai tinha vindo com o carro, saí segunda feira para dar umas voltas e treinar um pouco.
Meu pai o levou para a pista de treinamento, onde as auto-escolas levam seus alunos.
Na parte plana, beleza. Tudo tranquilo, freio, acelerador, embreagem... agora quero ver na subida.
Pra que! Me lasquei. O danado do Uno, que está visivelmente deteriorado, ou seja, tem suas manhas, morreu várias vezes. E dá-lhe freio de mão para conseguir sair de novo. Mesmo assim me custou. Suei bonito.
Ia trazê-lo de volta depois.
Foi legal até que parei num cruzamento em subida, onde o infeliz morreu de novo e não pude, entreguei pro meu pai. Ah, isso depois de ter morrido na frente da casa do meu amigo, que graças aos céus não estava em casa e não apareceu para ver que bagunça era essa na frente da sua casa. Estive quase 10 minutos tentando arrancar o Uninho.

Hoje saí de novo. Desta vez, meu irmão foi junto para rir de mim e teve que morder a língua, porque fui muito bem, obrigada. Só morreu duas vezes, e nenhuma em situação constrangedora como foi segunda feira. Meu pai só andou até poder virar numa rua mais tranquila e a partir dali levei até a pista de treinamento, dei uma voltinha e já estava na hora da saída da Nany no colégio. Minha mãe iria buscá-la a pé, mas fizemos a surpresa e apareci dirigindo. Daí trouxe até em casa, passando por ruas já mais movimentadas e fazendo manobrinhas boas (leia-se, curvas das mais simples, entre ruas pequenas. Hahaha). Mamãe nem ficou nervosa, ou seja que fui muito bem. E, ao chegar em casa, a Nany se pendurou no meu pescoço e disse: você dirigiu muito, muito bem! Está de parabéns!
Ahhh eu posso com uma dessas?
Então, estou com a bola toda. Pena que o pai já viajou de novo e lá se vai minha chance de melhorar na direção.
Hahahahahah

domingo, 20 de setembro de 2009

Novidades

E então, ontem fui a São Francisco do Sul, vulgo São Chico para um sábado de apresentações do coral. De mais está dizer que a viagem foi MARA, do jeito que só é quando se vai num ônibus cheio de amigos. Cantamos, testemunhamos lindas histórias, houve encenação, almoço delicioso, confraternização com os irmãos de lá e fotos, muitas fotos! Ahh tentei me limitar um pouco, porque senão depois nunca sei o que fazer com tantas fotos! Mas foi tudo muito lindo.

E agora acabo de voltar mais uma vez da igreja, onde teve batismo da primavera e o coral voltou a cantar. Foi bem emocionante, afinal, três das nossas coralistas se batizaram.

E fiquei assim, meio ruinzinha.
Porque, um amigo nos convidou a mim e a minha amiga (ou melhor, insistiu e insistiu muuuito) para que fôssemos com ele e uma turma comer alguma coisa depois do batismo. Mas tanto ela quanto eu tinhamos saído sem naaada de dinheiro, e a minha amiga tem prova amanhã cedinho. Mesmo com vontade de ir, no fim viemos embora. Mas fiquei ruim comigo viu? Poderiamos ter ido só para fazer companhia, e nem iam demorar muito... perdemos a oportunidade, boba boba!
Ah enfim.
Depois reclamo que sou uma véia e só fico em casa.
Para aprender, viu?

Masss... cheguei em casa e tive uma agradável surpresa que tirou a nuvem negra e fez sair um lindo sol (ou melhor: uma lua porque é de noite, hehe). Mas deixa pra lá.

E assim, começa mais uma semana cheia!

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

E então...

Agradeço as várias ideias que vocês me deram para ajudar a melhorar este meu estado de calamidade pública. Devo dizer que estou tomando gengibre quase que na veia: chá de gengibre (e laranja, limão, canela e mel), chupar gengibre cortadinho tipo bala (aliás, o danado dura um monte porque não dá para morder! Eu pelo menos não consigo, é muito ardido!), etc e tal.

[Nauma, quedé tentada a probar la receta de la cebolla, pero me dio un poco de asquito. Jejeje. Ah, ya veo que entendés muy bien el portugués, pero quise escribir esta parte en español porque era más especialmente para vos.]

Estou beeem melhor, só o resfriado persiste mas a voz está quase pronta. Só parece um pouco ainda com o Exorcista, mas acredito que dentro em pouco fica boa boa. He!

E tenho novidades do meu processo de Au Pair! Yes! Agora estou online e as famílias podem me procurar!

Está tudo nas mãos de Deus. Ele sabe o tempo certo para todas as coisas, e quando for para eu fechar com alguma família, assim será!

E amanhã, viagem com o coral! Vou conhecer São Francisco do Sul, cidade histórica e -dizem- muito bonita aqui de Santa Catarina.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Paradoxos

Estou resfriada e, por "incrença que parível", ROUCA.
Sim, rouca. Deve fazer 12 anos que não fico rouca, mas desta vez, estou.
Isso porque ontem, segunda feira, minha garganta estava arranhando e as professoras da escolinha me deixaram com 2 turmas (sim, 2 turmas!), ou seja, 16 crianças entre 2 e 5 anos, soltas no pátio. Sozinha. Tendo de vigiar que ninguém fosse mexer nas formigas, no portãozinho ou empurrasse a casinha até o muro para subir.
Isso por 2 horas e meia.

Eu gosto do meu trabalho lá e adoro as crianças, mas ontem foi terrível mesmo!
E assim, fiquei rouca.

E sexta feira tem ensaio do coral. E sábado tem a fantástica-legal-maravilhosa viagem com o coral para nos apresentarmos em São Francisco do Sul. E eu não falto nem-que-a-vaca-tussa-de-trás-para-a-frente-em-aramaico (obrigada Carol!!!).
E eu desse jeito.
To mandando pra dentro mel, maçãs para suavizar a garganta e sei lá quantas frutas mais. De ontem para hoje, tô igual.
Se não pior.
Terei de sair para comprar gengibre, alho, sei lá mais o quê. Alguma coisa. Mas até sexta resolvo isso se Deus quiser, e se não, irei na viagem apenas para tirar fotos. Mas vou. Ah se vou.
Huahuahauahua.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Frio

Que é isso, hein?
Tá um frio... e umidade... argh!
Tempinho tosquinho.

E eu terminei um trabalho que estive fazendo, de modelagem. Graças a Deus, terminei já. Huahuahua estava desacostumada a fazer modelagem no papel mas... fazer o quê, se me ofereci para fazê-lo?

Em compensação, ainda tenho muitas coisas para fazer. E meu quarto, que não terminei de limpar e organizar, ainda me espera. Mas é que não sei onde vou enfiar a roupa de inverno agora, se enfio em algum canto (qual? huahuaha está tudo cheio!) ou se deixo a mão porque está fazendo frio de novo. Ah, sei lá. Vou esperar uns dias para ver.

E eu ia levantar cedo todo dia e ir até a pracinha fazer exercício nos aparelhos novos que tem lá. Mas só tem chovido! Desse jeito, meu programa de exercícios acaba antes de começar.

E isso é um post de constatações cotidianas sem graça.

domingo, 6 de setembro de 2009

O Cambirela - uma semana depois

A pedidos, vou contar um pouco mais detalhadamente como foi a minha experiência frente a este desafio. Não foi fácil, mas a compensação foi muito boa, tão boa, que as dificuldades uma vez superadas viraram trofeus e fizeram a vista valer ainda mais a pena. O relato será longo, chato e cansativo (vou logo avisando), então leiam se quiserem e até o ponto que quiserem. Huahuahaus.

Tudo começou na noite de sábado. Nos reunimos no colégio às 20 horas. Cada um levava sua mochila, um saco de dormir pequeno acoplado a ela, um cantil, alguma roupa de frio, touca, lanterna e algo energético para comer, como chocolate, bolachas integrais ou barrinhas de cereal. A recomendação era levar também daquelas terríveis bebidas energéticas, coisa que dispensei. Preferi carregar mais uma barra de chocolate. No último momento comprei também um suco de caixinha para tomar na manhã seguinte, e isso me ajudou bastante, já que meu "cantil" (um mísero squeeze) foi pouco. Deveria ter levado mais uma ou duas garrafinhas de água.

Além disso levei também minha H-50 em seu estojo próprio. Teria se tornado um elefante branco se não tivesse uma alça comprida, que amarrei na frente do peito, prendendo as duas alças da mochila. Ficou prático para subir, já que as mãos devem ir livres para poder se segurar e pegar a lanterna.

Nos reunimos para as recomendações finais, oramos e saímos em 6 ou 7 carros. Estávamos em 27 pessoas.
O morro do Cambirela fica a uns 15 ou 20 km de Florianópolis, não sei ao certo. Tem 1088 m de altura sobre o nível do mar, e está localizado muito perto do mar, então são mesmo mil e poucos metros de altura para escalar. Pelo que me falaram, tem 3 trilhas para subir. Uma delas é mais fácil, mas é longa, bastante longa. A segunda não sei dizer, não cheguei a perguntar. Nós subimos pela terceira. Quem aí adivinhou que é a mais difícil de todas? Pois é.

É uma trilha pouco sinuosa, sobe quase que verticalmente e tem acho que 3 paredões de pedra, pelo menos é isso que me lembro. A subida é bem empinada, e logo no início eu já estava sentindo os "efeitos" de uma vida um pouco.. ehm... sedentária. Heheh.

Fomos numerados para poder identificar facilmente se estávamos todos, já que era de noite. Eu fui o número 4 da fila. Quando faziamos alguma parada para descansar, ao retomar começava a lista de números, para ver se todos estavam a caminho: 1, 2, 3, 4... se alguém não respondia, parávamos na hora para ver o que tinha acontecido. Quase sempre foi porque a pessoa estava distraída. Rsrsrs.

Começamos a subir às 22 h. O caminho de início era de terra, muitas árvores e um pouco úmido, com folhas das árvores que criavam um "colchão" de folhas molhadas. Assim, mal começamos e os pés já estavam molhados e enlameados. Às 22:50, paramos para descansar na única fonte de água que teriamos para carregar as garrafas. A minha ainda estava bastante cheia, então não enchi e aproveitei para sentar e descansar. A recomendação era ficar com as pernas esticadas mesmo que estivéssemos sentados no chão, para evitar cãibras. Nesse momento, eu já estava ofegante e parecia que fazia uma eternidade desde o começo da subida.

Continuamos a caminhada. Eu me sentia um pouco velha e mais sedentária ainda entre a garotada do clube, todos de 15-16 anos. Os mais velhos que estavam subindo já eram experientes, mas eu era a única "velha-novata". Hehehe. O menino que ia na minha frente me ajudou muuuito, estendendo a mão cada vez que precisava subir numa rocha um pouco mais alta (as rochas logo começaram a aparecer, cada vez mais frequentes) ou que não havia muitos pontos de apoio, sempre com palavras de ânimo e bom humor. O garoto que ia atrás de mim também ajudou empurrando várias vezes. Viva Amadeu e Jonas, meus herois! Huahuaha

Não sei precisar em que ponto da subida, mas para mim seria mais ou menos 70%, encontramos o primeiro mirante. Quando cheguei, não vi mais que um nevoeiro denso, denso. As pessoas que tinham subido na minha frente (que eram poucas, lembrar que eu era o no. 4) falaram que a vista era ótima há poucos segundos. Duvidei, mas não devia: não demorou mais do que 20 segundos para que o tempo se abrisse de novo. Entendi que estávamos acima de nuvens.

A vista era mesmo linda. Todas as luzes de Florianópolis, São José e Palhoça, que estão a continuação uma da outra (o Cambirela está no município de Palhoça), e uma área arredondada muito escura. Era o mar, a baía. Corria um ventinho aí, que como o Jonas comentou, parecia ar condicionado. Foi ótimo, porque com a caminhada estávamos todos suados e tinhamos guardado as toucas há tempos. Aqui surgiu o problema: beber água só aos pouquinhos apesar da grande sede, porque tomar goles grandes era provocar enjoo. Fiquei bastante enjoada e com falta de ar nesta primeira parte da caminhada, por causa do esforço. Por isso sempre que possível parava por alguns segundos e o ar logo revigorava e fazia passar o enjoo. Certa vez, pensei que realmente fosse desmaiar e chegaram a parar por minha causa (vergonha). Mas é um cansaço momentâneo, basta parar por alguns segundos e logo o corpo se recompõe.

Pouco antes disso, ainda dentro da parte mais arborizada, passamos o primeiro paredão de pedra. Não tinha corda, ou seja que dava para se apoiar nas pedras e galhos e subir. Foi relativamente fácil este primeiro paredão, mas os outros dois não. Depois do mirante, quase não havia mais árvores, só pedras e arbustos. Principalmente pedras, o que dificulta bastante porque há menos lugares para se segurar. O segundo paredão eram duas pedras gigantes, de uns 4 ou 5 metros de altura (mais ou menos isso, imaginem eu tentando calcular à noite! É uma estimativa pelo tempo que me levou para subir) com uma corda com nós que passa no mei
o. O jeito de subir é simples: você segura na corda, bota um pé em cada pedra e faz força com os braços, içando seu próprio corpo. Os pés dão apoio, mas não força. Sobe um por vez, e você tem que fazer isto sozinho, porque não há maneira de ninguém ajudar a não ser estender a mão quando você está chegando.
Foi uma das partes mais probantes, a que mais exigiu esforço. De mim, pelo menos. Quando estava na metade, senti que não ia dar para subir. Escutava as pessoas que já haviam subido, gritando palavras de ânimo. Fechei os olhos, orei: "Me ajude, Senhor". E, não sei como, subi.

O terceiro paredão foi ainda pior. Entre as duas rochas (que estão encostadas uma na outra, não separadas) corria um fio de água. E a corda passava exatamente por cima dele, ou seja que estava ensopada. A pedra também estava um pouco molhada. Comecei a subir, mas era muito mais difícil por um pé em cada pedra. O guia, lá de cima, gritou para que ao invés de subir com o pé encostasse todo o corpo do lado esquerdo e apenas o pé no direito. E que usasse a força dos braços. Com isso, todo o lado esquerdo da minha roupa se molhou, assim como o saco de dormir. Hehehe. Desta vez, quando estava pela metade da corda, me faltaram as forças de novo, e ainda surgiu um desespero terrível. Comentei que fiz a subida num daqueles patéticos dias femininos e que não sabia nem como nem quando poderia me trocar? Adivinhem que, a essa altura eu já calculava que havia passado o tempo da troca, mas o bom Deus me protegeu nesse ponto também, e a menstruação enfraqueceu bastante durante a subida. Só que, nesse momento, esse desespero se somou ao desespero de subir. A vontade de chorar era muita, mas não tinha lágrimas, só soluços. Escutei o guia pedir para alguém que ainda estava embaixo para que desse um jeito de subir e me ajudar. Nesse momento, falei com Deus novamente: "Por favor, Senhor, me ajude! Me tire dessa!" E assim foi. De novo, subi sem saber como, sentindo como se realmente a mão de Deus estivesse me puxando.

Parece estória, parece besteira. Não é. Somente sentindo para saber como é, sentir que a força que está te empurrando não é tua nem de mais ninguém porque não há ninguém por perto. Não há explicação, só uma imensa gratidão uma vez que você consegue subir e vê o que passou. A prece foi de agradecimento sincero quando consegui sentar numa pedra, lá em cima, enquanto o resto da caravana subia o paredão.

Depois disso, a subida ficou um pouco mais leve e menos empinada. Difícil sim, pela falta de pontos de apoio e de galhos e raízes. Os arbustos não eram tão fortes lá em cima, e não dava para confiar no primeiro galho que aparecesse pela frente para se segurar. Em vários momentos tive que parar e avaliar como iria subir esse pedacinho, mas finalmente chegamos a um patamar. Nós, inexperientes, pensamos (oh ingenuidade) que seria o topo. Um grupo de pessoas (bastante arruaceiros, por sinal) estavam lá, tinham subido algumas horas antes. Decidimos continuar subindo. Alguém tinha um desses termômetros próprios para escalada, que mediu -3.8 graus de sensação térmica.
Mais um esforço (minhas pernas tremiam já!) e chegamos ao segundo patamar. Aqui alguns já montaram o "acampamento": uma lona grande com os sacos de dormir em cima. Pensei que iriamos dormir ali também, mas alguns da diretoria tinham subido mais ainda, chegaram ao topo mesmo, e falaram que lá havia espaço para todos. Subimos até lá.

O espaço no fim nem era tanto assim, e o vento era bem pior. Mas a maioria decidiu ficar ali e eu teria de ficar junto, porque as lonas para dormir poucas e grandonas, para dividir entre várias pessoas. Ok. Tirei foto com a plaquinha indicadora do "topo", instalada pela CEFET (escola técnica federal). Montamos o acampamento do lado da pedra da plaquinha: estendemos a lona com uma sobra para poder cobrir-nos com ela, e os sacos de dormir em cima. Isto tem que ser feito muito rapidamente, para evitar de que os sacos de dormir se molhem com o sereno. Me asignaram o canto mais para o fundo da lona, coloquei meu saco de dormir e vi que tinha, a poucos cm, uma pedra de uns 30 cm de altura. Tratei de dormir, mas antes olhei para o relógio: 3:20.

O vento lá em cima era perpétuo. A sensação térmica às 5 da manhã, segundo o rapaz do termômetro, era de -12 graus. Eu consegui dormir um pouco, mas a minha amiga não, porque começou a sentir frio demais e se queixar de que seu saco estava molhado. Pensamos que seria o sereno, mas quando amanheceu vimos que um cantil tinha se derramado. Coitada.
"Dormi" até às 6:10. As aspas se devem a que, na metade do meu sono, comecei a me incomodar com a tal da pedra que estava ao lado da minha "cama". Tentei me mexer um pouco para afastar-me dela, mas não deu certo. A pedra me doía na cintura e, exausta como estava, decidi continuar dormindo assim mesmo. Quando acordei e olhei ao redor, vi que essa era a última pedra antes de que começasse a ladeira. Sem ela, teria rolado abaixo sem nada para me segurar. Mas na madrugada, como tinha bastante mato ali, ninguém percebeu isso.

A partir dali, começou uma das visões mais lindas que já tive: o céu de um tom azul acinzentado, e no horizonte uma linha contínua de cor laranja. Não há como descrever esta beleza, e as fotos que tirei dão uma ideia muito pálida da realidade. Não adianta, tem que ser vivido!
Não sabiamos em que ponto o sol iria despontar, já que como disse, havia uma linha contínua e laranja no horizonte. Levantei, aos poucos todos foram acordando e olhando para ver onde seria o nascer do sol. E, quando despontou, foi lindíssimo. Não estava vendo o sol nascer atrás de um morro, de casas, no meio das brumas: o horizonte estava limpo e o sol surgia por sobre as águas do Atlântico. Rápido, muito rápido. E lindo. E dava uma sensação de paz, de tarefa cumprida.

Foi muito rápido, o céu clareou, o sol subiu, enquanto tirávamos fotos e filmávamos todos os ângulos possíveis. Lá do topo, várias cidades, praias, ilhas e baías se distinguiam, assim como ladeiras de outros morros menores, campos cultivados, cachoeiras, a estrada lá embaixo, os carros menores do que formiguinhas. Me senti no Google Earth, só que ao vivo.

Começamos a descer às 7:30. Ainda não havia dor nas pernas, mas logo iria começar. A descida foi longa, sinuosa. Não fizemos o mesmo caminho, porque seria muito mais difícil descer pelos paredões do que tinha sido subir. Há um outro caminho, mais curto e pela cachoeira, mas não quiseram arriscar a nos levar por lá, porque é mais perigoso.
A descida parece fácil, mas não é. São 5 horas em que você vai fazendo um grande esforço para ir freando, muitas vezes tendo de sentar na pedra e descer de bunda, muitas vezes escorregando. é longo, e você tem a sensação de que só aguenta descer porque sabe que não está subindo e que logo logo estará no chão, indo para casa. O bom é que não há falta de ar nem enjoo, porque você não pressiona o estômago como na subida. Mas fácil não é. Chegamos no chão quando já passava do meio dia, com uma dor terrível nos pés e pernas. Inclusive, uma menina (que não era do nosso clube, mas é que foram 3 clubes juntos) torceu o tornozelo e fizeram uma maca com dois troncos finos e um cobertor, e a carregaram até o fim.

E foi isso, a minha aventura.

Considerações finais:
- É difícil, dá vontade de desistir e muito arrependimento em vários momentos da subida. Mas a vista vale a pena mil vezes.
- Me faltou água na descida. Ainda bem que consegui um pouco com outras pessoas mais prevenidas.
- Aprendi que não adianta se preocupar nem sentir medo: o que adianta é entregar nas mãos de Deus, que Ele faz milagres, dá forças no meio do nada, tira a gente dos apuros. E isso vale para todas as áreas da vida, e todos os montes que precisem ser escalados.
- Cheguei em casa com tantas dores nas pernas, pés e braços como não pensei que fosse possível sentir. Foi terrível. No dia seguinte também foi terrível, eu sentava e ficava 15 minutos sem caminhar e pronto, depois não conseguia levantar. Contabilizo vários hematomas, principalmente em joelhos e canelas. E, incrivelmente, também tenho hematomas nas unhas dos dedões dos pés, pelo esforço de ir freando na descida.
- Em tempo: fiquei sabendo hoje que a menina que tinha "torcido o pé" na verdade o quebrou. Coitada, foi a que ficou em pior estado e que vai levar a pior recordação, infelizmente. Torço por ela.

Pronto, espero que tenham aguentado ler até o fim. As fotos, vocês sabem, estão todas no orkut. E essa aventura entra para minha galeria de recordações mais lindas.
Paz a vocês! Fiquem com Deus!

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Dias pela frente

Então, agora com a minha demissão e tudo mais estou muito mais dedicada ao meu programa de au pair, que se Deus quiser deve sair ainda este ano.
Já entreguei meus papeis, agora é aguardar a ser aceita pela agência lá nos EUA.

O que devo fazer agora? Esperar e estudar inglês, basicamente. E fechar os olhos para qualquer tentação consumista, nem que seja uma pizza. Huahuahuaa estou fazendo voto de pobreza até novo aviso!
O bom é que, juntamente com isso estou fazendo dieta. De novo. Quero ver se finalmente consigo afinar um pouco.

Hoje fiz faxina no meu armário, que estava prometendo há tempos. Saíram quase 3 sacolas de doações. Mas ficaram algumas calças em categoria "condicional". Gosto delas, mas vou conservá-las se e SOMENTE SE conseguir entrar e me sentir confortável nelas num prazo de, digamos, 3 meses. Hehehehe.

E é isso.
Novamente lembrando a quem interessar possa, estou escrevendo quase tudo referente ao processo de au pair no meu outro blog, que por segurança está fechado para convidados. É só me mandar um e-mail para: morrocoy16@gmail.com ou então deixar seu e-mail aqui nos comentários que envio o convite.