segunda-feira, 6 de julho de 2009

Resumo do dia mais incrível I

E isso não tem, necessariamente, uma conotação positiva.
Pelo menos não completamente.

Na verdade, só Deus não duvida, e isso porque estava comigo o tempo todo.

Comecemos pelo princípio.
Tinha marcado um horário para ir tirar meu passaporte hoje. Bom, saí de casa chovendo canivete e cheguei bem na hora. Logo veio me atender... uma colega de francês do ano passado! Eeeeta mundo pequeno! Fofocamos enquanto ela via meus documentos, tirava minhas digitais (que agora são digitais mesmo, que maravilha!!!), assinatura, foto... tudo ótimo até ali. Fui embora.

De passagem, resolvi que, já que estava com tempo tentaria uma coisa que vinha pensando há tempos: doar sangue.
Quem é leitora assídua deste humilde espaço deve se lembrar de minha fobia de agulhas. Então, não será difícil supor a minha resistência. Mas então, decidi não me forçar. Pensei o seguinte: vou pegar o ônibus para voltar ao centro, mas o que passa pela porta do hemosc. SE, e somente SE me sentisse bem quando estivesse perto, saltaria e entraria. Senão, sem compromisso, deixaria para outro dia.
Orei a Deus que me guiasse, e que se fosse para doar sangue hoje, que por favor me amparasse.
Dito e feito, saltei do ônibus, entrei no hemosc e sem delongas disse: 'quero doar sangue'.
Me encaminharam, e eu decidi me distrair a maior quantidade de tempo possível, para que minha mente não me enganasse e me levasse para obscuros caminhos de somatização da ansiedade, como sempre me acontece. Então, como boa Desbravadora que sou, comecei a cantar hinos, calmamente.
Assim, passei sem problemas pela pré-triagem, triagem, pré-entrevista, formulário e entrevista. Cheguei à sala de doação até meio surpresa comigo mesma e orei mais uma vez. Me 'amarraram', me 'pincharam' e continuei assim, na boa. Não senti nada. Cantando. Fechei os olhos. Relaxei.
Passaram uns 5 minutos que não sei determinar ao certo e de repente, mesmo calminha calminha e cantando, comecei a sentir uma tontuuura, uma leveza, os ouvidos começaram a 'embaçar' e zunir... pensei comigo: bom, melhor ficar quietinha, logo passa, logo passa, continuo cantando, ai cara tá ficando pior esse negócio, nossa, que zonzera, será que falo alguma coisa? será que peço ajuda? tá peraí...
Abri os olhos e chamei: moçaa! ei moça, tô meio tonta aqui viu?
Pra quê, né? Veio a enfermeira feito um furacão. Apareceu outra, pediu que abrisse os olhos. Devo ter demorado uns 2 segundos para abrir, elas pensaram que estivesse desmaiando, apareceu mais uma, jogaram a cadeira para trás e fiquei, literalmente, de pernas para o ar. E enquanto minhas cores voltavam, aos poucos, me perguntava por quê tanto alarde, viu? Uma tonturinha de nada...
Nesse tempo já tinham tirado minha agulha, eu achando: bom, já devia estar terminando mesmo, né? Que nada!!! Ainda não tinha coletado nada!
As 3 ou 4 enfermeiras da sala pendentes de minha pessoa, eu tentando explicar que seeempre me acontece isso, até bem pior, mesmo quando vou aplicar vacina, às vezes só de escutar descrição de cirurgia, cheirar éter... não adiantou de nada, não deixaram que continuasse. Me tiveram lá me recuperando, eu já estava ótima mas não conseguia convencê-las de que era tudo psicológico e que esperava de mim uma reação até bem pior.
Depois de uns 10 minutos que me tiveram lá, vi um rapaz que tinha entrado ao mesmo tempo que eu, saindo normalmente depois de ter doado. Nessa hora me bateu o desespero do fracasso, me senti supermal por não ter conseguido e começaram a cair as lágrimas, sem poder parar. Chorei e chorei, enquanto pegava minhas coisas, meus papeis e o cartãozinho do lanche, chorei enquanto tomava o lanche e contava para a moça que servia sobre meu fracasso... enfim!
Então me acalmei e voltei à sala para perguntar quando poderei voltar.
Daqui a 2 semanas, se Deus quiser, estarei lá de novo. Para doar. Desta vez, vai!
Perdi o medo.

Obs.: Minha estória de hoje tem mais uma parte, que constitui meu segundo fracasso do dia. Ia contar tudo junto, mas acabou ficando um post muito grande. Amanhã conto o resto, então.
Ah! Vou dizer mais uma coisa: ainda considero o que me aconteceu hoje como um fracasso, porque cheguei 'tão perto' e não consegui. Por outro lado cheguei longe, muito mais longe do que nunca havia chegado. Quebrei uma barreira importante na minha vida, tanto que não vejo a hora de voltar lá.
E é isso, meu povo.
Fiquem com Deus, que tudo pode. Provem, e vejam.

5 comentários:

  1. Oi lindinha! Não ique assim, vc foi muito corajosa! Daqui a duas semanas vc vai lá e agora já conhece tudo mesmo, será diferente. Eu doei sangue pela primeira vez aos 18 anos, e mesmo sem ter medo de agulhas, sangue e hospital fiquei meio de tremedeira, meio mole... mas depois sempre que podia eu fazia uma doação, só não doei sangue qdo estava grávida, mas depois, normal! A gente fica com uma sensação muito boa de ter feito bem a alguém, e com certeza Deus estará do seu lado o tempo todo, e se vc precisar de alguém ao seu lado eu até me ofereço para acompanhar! Bjsss, Thaís.

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  2. ai querida, é assim mesmo, aos poucos que a gente consegue vencer nossos medos.
    voce ja viu um video de doador de sangue no youtube?
    procura por cacete de agulha lá...é hilario!

    beijinho e boa semana!

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  3. Ai Mári, nao foi fracasso MESMO! Parabéns pela sua atitute, muito bacana vc, do nada, resolver doar!

    Quando fui fazer minha cirurgia, o meu pânico nao era ela em sí, mas a 'tal anestesia' (aquela que dão na coluna, q a gente escuta histórias horriveis!). Fiquei em pânico, chorando e tremende, pedindo a Deus pra ir tudo bem...e foi! Nao senti absolutamente nada!! Um medo a menos! hahaha

    Espero q daqui 2 semanas tudo corra bem :)

    Bjoss!

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  4. hauhauha, ai, mari, normaaal, normal....

    você deu o primeiro passo. ele é sempre o mais difícil! agora só falta você ir em frente!
    eu tenho certeza de que você consegue.

    beijo

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